top of page

Gap Year State of Mind

Dizem que o Gap Year traz muita aprendizagem e autoconhecimento. Prestes a completar o quinto mês desta aventura, sinto como se peças de um puzzle se estivessem a juntar, à medida que vou conseguindo retirar mais “lições” desta experiência, fazendo jus às minhas expectativas. Uma das "lições" vou partilhar hoje.

nascer do sol Ponte Rio-Niterói

O Gap Year não se resume a um estado de espírito, mas é quase.

O Gap Year é um período que proporciona uma oportunidade de crescimento e desenvolvimento pessoal diferente daquelas que costumamos ter no dia-a-dia, isto porque nos coloca fora da zona de conforto, nos faz ver situações diferentes sob perspectivas diferentes.

Enquanto estive no Equador, via-me rodeada de pessoas da comunidade de San Pablito, percebia quão diferente eram as suas realidades da minha, e sentia-me feliz por estar ali integrada a ter oportunidade de aprender a ser feliz num meio totalmente diferente de tudo o que tinha conhecido.

Enquanto estive em Cusco, voltava do jardim de infância ou das aulas no CETPRO, e sentia-me feliz por poder dedicar o meu tempo a partilhar conhecimentos e pensar que isso podia melhorar, de algum modo, a vida das pessoas com quem estava a trabalhar.

Enquanto estive na Colômbia, na Bolívia e no Chile, partilhei momentos com imensas pessoas a viver experiências semelhantes à minha, mas com histórias diferentes, e sentia-me feliz de poder aprender também com as suas vivências de “mochileiros” e poder conversar com alguém que estava a passar por algo parecido ao que eu estava a passar.

Claro que estes exemplos não são suficientes para resumir a minha experiência. Mas ao analisá-la à luz desses momentos, percebo que o valor que eles me trouxeram, dependeu apenas do meu estado de espírito. As principais aprendizagens e as melhores memórias foram consequência de estar com a mente aberta e predisposta a aprender com as diferenças, não ter expectativas altas e evitar classificar tudo como “melhor ou pior” - avaliações que seriam, no mínimo, injustas quando tudo é tão diferente.

Ao mesmo tempo que o anterior serve de conselho a futuros gappers, é algo que, mais que nunca, terei presente para a minha própria vida. Para ajudar o próximo e sair da zona de conforto, basta estar predisposto a isso e ter vontade de aprender. Não depende de dinheiro ou de permissões parentais.

Hoje, graças à experiência que estou a viver, tenho, mais que nunca, noção que ajudar no meu próprio meio, conversar com pessoas do meu dia-a-dia com quem nunca converso e partilhar os meus conhecimentos com mais pessoas, mesmo que elas me sejam próximas, são pequenos gestos que também me permitirão sair da zona de conforto e crescer, diariamente.

Lagoa Rodrigo de Freitas

bottom of page