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Por fin, Machu Picchu!

Desde miúda, tinha imensa vontade de conhecer esta maravilha do mundo moderno . Claro que passando pelo Perú, teria que aproveitar a oportunidade de ir ao Machu Picchu. Conto tudo nos próximos parágrafos.

Para conhecer o Machu Picchu, reservei um tour de dois dias (90USD, quase tudo incluído). O tour começou no passado sábado, pelas 7h30 da manhã quando o mini-bus saiu do centro de Cusco. Foram 7h de caminho, subindo montanhas (chegámos a ultrapassar os 4km de altitude) com curvas infinitas, mas uma paisagem lindíssima. Às 15h chegámos à central hidroelétrica, onde se começa a caminhada (ou se pode apanhar um comboio) com destino a Águas Calientes, povoação mais próxima do Machu Picchu, onde ia passar a noite.

chegada à Hidroelétrica

A caminhada foram 8km, 3h acompanhado a linha férrea, entre as montanhas, nevoeiro e conversa com alguns outros turistas, entre as dezenas que faziam o mesmo percurso de mochila às costas. Entre eles, estava um casal simpático de Sul Coreanos que tinha estado no Porto e Lisboa durante as festas dos Santos Populares (e me lembrou de como é bom comer pão com sardinhas nas noites de junho).

caminho até Águas Calientes

Às 18h cheguei a Águas Calientes e dirigi-me à pensão que tinha sido reservada pela agência onde comprei o tour e...pela primeira vez nesta viagem, fiquei num lugar com quarto, cama de casal e casa de banho só para mim!! Havia wi-fi de qualidade e duche de água bem quente e com bastante pressão. Um verdadeiro luxo. Não desfrutava de tais condições há meses, foi emocionante. Saindo para jantar, andei pelas ruelas de Águas Calientes, animadas pelos restaurantes e lojas de conveniência, tudo para os turistas. Cedinho fui dormir, pois no dia seguinte tinha que acordar às 3h30 para poder iniciar a visita guiada ao Machu Picchu pelas 6h30 (hora combinada com o guia).

Às 4h30 saí do hostel e iniciei a caminhada. Eu estava sozinha (por alguma razão não havia naquela pensão outros turistas que também fossem ao MP nesse dia), chovia bastante e era noite cerrada. Não se via quase ninguém nas ruas àquela hora e, quando encontrei o caminho para sair de Águas Calientes, a estrada era de terra batida e sem iluminação alguma, não tivesse levado a minha lanterna-companheira-de-todas-as-horas e teria metido a "pata" em alguma poça de lama, seguramente. Felizmente, não demorei muito até encontrar outros grupos e sentir-me mais segura.

Quando abriram os portões para a trilha, às 5h, dezenas de pessoas começaram o percurso de degraus de pedra para subir a montanha. Numa mistura de chuva e suor, eu estava encharcada, mas o esforço físico impediu-me de sentir frio. Durante 1h30 de subida, fui ultrapassando e sendo ultrapassada por outros turistas - a troca de expressões de incentivo, lamentação (e desespero também houve), dava motivação para continuar.

Finalmente cheguei e, durante a visita guiada, a neblina era tal que mal se conseguia ver 10m à frente, mas isso permitiu que reparasse mais nas ruínas, que são, de facto, impressionantes. A visita em si, também foi muito interessante. Fiquei a saber que, na época, os cidadãos de classe alta homenageavam os seus deuses fazendo "oferendas" que consistiam em eles próprios subirem a montanha, se embebedarem e drogarem para, de seguida, serem enterrados vivos. Era um privilégio poder fazer isso, ao que parece.

início da visita guiada

Após o fim da visita guiada, sobraram 3h de passeio, mas continuava a chover. Abriguei-me num café, e assim que as nuvens começaram a mover-se e houve alguma visibilidade, eu e outras miúdas simpáticas que tinha acabado de conhecer, corremos para dentro do recinto para tentar tirar algumas fotos.

Às 11h comecei a descer a montanha, com destino à hidroelétrica. Logo encontrei um grupo de espanhóis divertidos e fizemo-nos companhia nas 3h30 seguintes, caminhando de volta pelo caminho férreo até ao local onde apanharíamos os minibus de volta a Cusco.

No regresso, estava tão cansada que adormeci passado pouco tempo. Mas acordei para me deparar com as paisagens incríveis e também, com uma zona de extrema neblina onde não se via nada na estrada (nada mesmo, só branco). Sorte que o motorista conhecia o caminho e guiava com cuidado.

Às 21h30 terminou o meu passeio, mas ficam as dores nas pernas de recordação deste que foi um dos meus fins de semana preferidos dos últimos 3 meses!

P.S.: Todos os percursos que fiz a pé poderiam ter sido feitos de autocarro ou comboio, mas teria sido bem mais caro, e bem menos desafiante. Também podia ter optado por ir a caminhar, ou de bicicleta desde Cusco, mas felizmente conheço as limitações da minha preparação física e não me aventurei a esse nível.

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