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Hasta pronto, Ecuador

No domingo despedi-me do Equador. Em geral foi uma sensação “agridoce”: por um lado, triste pela despedida, por outro, ansiosa pela nova aventura! Este post vai ser um balanço do último mês.

Ao princípio, tal como escrevi aqui, tudo era muito diferente daquilo a que estava habituada, a comida, o clima, o estilo de vida. No entanto, com o passar das semanas, comecei a apreciar com outros olhos as paisagens, as refeições e os costumes da comunidade. Apercebi-me do cliché, na primeira pessoa: perspetiva muda tudo, muda os certos e os errados. E o que ao início eu questionava e me causava desconforto “porque é que se atrasam para tudo?”, “não haverá forma de demorar menos de 5h numa reunião?”, “porque é que investem 1000USD para comprar uma vaca, e não 600USD numa máquina de lavar roupa?”, entendi mais tarde que era pela diferença naquilo que se tem por objetivos - ser mais rápido, mais eficiente, mais competitivo – ali não significa nada; orgulho é trabalhar arduamente para produzir os próprios bens, organizar-se em comunidade para se autossustentar. Não era uma miúda vinda do outro lado do mundo, que podia chegar e, em apenas um mês, querer transformar todos os processos com que se vive, até porque é assim que são felizes. A melhor forma de lidar com tudo isso foi ter proatividade para poder ajudar a alcançar metas que já estavam definidas.

Caja Mía

Por outro lado, tenho que reconhecer o contributo importante que os meus colegas voluntários tiveram, para que esta experiência fosse tão positiva. Trabalhar, conversar e viajar com pessoas com passados tão distintos do meu, me fez ver como o meu próprio meio está enviesado (a maioria dos meus amigos mora em Lisboa ou estuda Gestão/Economia, e pelos vistos, estes simples critérios, padronizam bastante as formas de pensar), e foi fantástico ouvir as histórias e opiniões tão diferentes. A minha host family, no seu jeito simples, sempre demonstrou preocupação comigo e, todos os dias, ao jantar, me perguntava sobre o meu dia – esse e outros detalhes me fizeram sentir acarinhada durante toda a estadia.

Vou ter saudades do espírito de família que havia em San Pablito, das paisagens lindas, e das porções exageradas de comida. Mas tenho a certeza que toda essa vivência me fará desfrutar ainda mais do resto da viagem.

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